
A nossa marchadora ficou de fora dos Jogos Olímpicos, mesmo tendo sagrando-se campeã do mundo e recordista mundial dos 50km marcha durante o ciclo olímpico Tóquio’2020, mas acabou por ficar sem prova nos Jogos.
Depois de ter conseguido o melhor resultado das suas três participações olímpicas nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, com o 12.º lugar nos 20km marcha, a nossa atleta optou pela mais longa distância do atletismo, até então apenas percorrida por homens.
No ano seguinte, também na estreia da distância em Campeonatos Europeus, em Berlim, venceu e assumiu a luta pela introdução da prova no programa olímpico, tal como já acontecia nos homens.
“Se houvesse realmente a intenção de haver igualdade de género, deviam ter introduzido a distância dos 50km e não foi isso que fizeram. As medidas que tomaram foi colocar dois porta-estandarte, um homem e uma mulher, mas isso não é nada, na verdade não tem nada a ver com competição igualitária”, afirmou Inês Henriques, em entrevista à agência Lusa.
“Eu acho injusto, até podia não fazer nenhum resultado de qualidade, mas acho que era justo poder, tal como os homens, disputar a prova olímpica dos 50km marcha. Até porque não me parece que as equipas mistas promovam o desporto no feminino, talvez sejam um espetáculo televisivo, mas não a igualdade de provas”, lamentou Inês Henriques.
Inês Henriques contou três presenças olímpicas, Rio2016 (12.ª), Londres2012 (15.ª) e Atenas (25.ª), e alcançou mínimos para Pequim2008, mas não integrou a convocatória, antes de ter ficado sem prova em Tóquio2020 ou, como a própria disse, “sem chão”.
Agora é aguardar pela decisão do World Athletics e Comité Olímpico Internacional (COI), e aguardar que a nossa Inês Henriques possa continuar a sua carreira desportiva. Esperamos ver-te em Paris.
Notícia ojogo.pt
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